domingo, 16 de agosto de 2015

FRIEDRICH NIETZSCHE

                                        FRIEDRICH NIETZSCHE ( 1844 – 1900 )
“ A solidão é o destino de todos os grandes espíritos ”, diria Schopenhauer. Também a desilusão, a tristeza, o sofrimento. Muita inteligência e acurada visão de mundo não são, definitivamente, caronas para a felicidade. Certamente o contrário, a ignorância, tem mais facilidade em puxar a carroça.
A inteligência foi uma maldição para Nietzsche. 
Rejeitado desde a infância, cercado de beatas melancólicas, jovem taciturno e solitário, adulto fracassado, doente, incompreendido Atormentado, pensou coisas “ além do bem e do mal ”, colocou a inteligência no papel , escreveu muito , aforismos, poemas filosóficos de causar aneurismas, publicou em vida, mas não foi lido. Ninguém entendeu, ninguém quis.
Como seu Zaratustra isolou-se em si, na arrogância de seu super, além do homem. Esmagado por enxaquecas terríveis, perdendo a visão e a sanidade, pendulou de um lugar a outro procurando a paz no mundo, em diferentes paisagens bucólicas, sabendo que a guerra era interna.
Enfim, triste, abandonado por todos e por si mesmo, encontrou-se na Itália, hóspede de um simples quarto com catre e cadeira, banheiro coletivo no corredor.
Um dia, os pensamentos fincando como alfinetes, vislumbres como cortes de navalha, escutou um cavalo sendo açoitado na rua. Brados enraivecidos contra o indefeso animal, o chicote estalando, sangue e relincho para todo lado. Os transeuntes ocupados sem perceber a cena, cada um preso em suas mesquinhas responsabilidades. Nietzsche rompeu à rua, em desespero atroz, rangendo os dentes na direção do açoite, rosnando blasfêmias contra o algoz.
Era o fim do maior filósofo desde Kant: abraçado ao cavalo, chorando, chorando, chorando seu desespero. Enfim, desmaiou para nunca mais. Quando acordou era um nada, um catatônico Nietzsche sem frases inteligíveis,olhar parado, babando.
Morreu uma década depois.

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DF RIO INFORMATIVO